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As Coisas da Cultura

Porque há sempre muito para ver e para contar

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16
Mar16

Recuperadas Salas de D. Manuel II no Palácio Nacional da Pena

olhar para o mundo

Salas_D_Manuel_II_Creditos_PSML - Wilson Pereira.j

 

Recuperadas Salas de D. Manuel II no Palácio Nacional da Pena

 

- Salas vão voltar a fazer parte do circuito de visita do Palácio

 

- Será instalada exposição comemorativa do bicentenário do nascimento de D. Fernando II

 

- Sala da Telegrafia e Sala de Fumo também alvo de intervenções

 

Sintra, 10 de março de 2016 – Começou em fevereiro o processo de recuperação integral das Salas de D. Manuel II, no Palácio Nacional da Pena. A degradação das salas, situadas no 3º piso do Torreão do Palácio Nacional da Pena, impediu que estas fossem incluídas no percurso expositivo do Palácio ao longo dos últimos anos. A obra tem um custo de cerca de 40.000 euros e a duração prevista de quatro meses, no final dos quais os cinco espaços que constituem as Salas de D. Manuel II serão devolvidos ao circuito de visita.

 

Um dos objetivos da intervenção é substituir as cores fortes (como o azul, o verde e o vermelho) utilizadas nas paredes dos espaços, que foram aplicadas durante uma intervenção anterior e que se distanciaram da decoração original, à base de tons claros, como se pode verificar numa fotografia antiga, a preto e branco.

 

A obra prevê ainda a integração de infraestruturas elétricas no pavimento, retirando elementos dissonantes e intrusivos dos paramentos rebocados, a estabilização geral dos tetos e respetivas estruturas de sustentação e remoção de materiais inadequados de algumas das salas, substituindo-os por rebocos tradicionais.

 

Paralelamente ao decorrer da obra, pretende-se aprofundar o estudo das diferentes épocas de utilização do Palácio, por D. Fernando II, e, mais tarde, D. Carlos e D. Amélia,  através da execução de sondagens pontuais em locais onde se identifica, em mapeamentos antigos, a existência de nichos embutidos na parede, que terão sido posteriormente fechados, embora permaneçam acessíveis. As sondagens têm como fim encontrar vestígios materiais destas aberturas, possibilitando ainda recolher informação sobre a técnica construtiva original.

 

O plano museográfico das salas será revisto e estas receberão uma exposição temporária comemorativa do bicentenário do nascimento de D. Fernando II, que se assinala no ano corrente.

 

Em simultâneo com a empreitada de recuperação das Salas de D. Manuel II, decorre também a recuperação da Sala da Telegrafia, que será adaptada a sala de conferências, localizada no piso superior este do Torreão. Também o teto da Sala de Fumo (antiga Sala Indiana) está a ser intervencionado. Pretende-se recuperar esta sala do percurso museológico de forma integral, mas faseada. O teto tem vindo a apresentar debilidades na sua estrutura, o que tornou esta intervenção prioritária. Em paralelo decorrerá também a intervenção no mobiliário da sala.

 

Contextualização histórica

As Salas de D. Manuel II obtiveram o nome do último rei de Portugal por terem sido os seus aposentos desde criança até à Implantação da República no Palácio Nacional da Pena. D. Fernando II adquiriu estes terrenos e o edificado, um antigo convento, em 1838. O Torreão foi construído a partir de 1843, na sequência da ampliação do Palácio, a rematar o edifício pela parte sul. O plano inicial de D. Fernando II terá sido instalar aqui, no piso nobre, aposentos para si próprio e para a rainha de Portugal. Sobre este piso estava planeada uma “sala dos Cavaleiros”, de pé-direito duplo, que acabou por nunca ser construída. A morte inesperada da rainha terá impedido a concretização de tais planos e o rei acabou por não abandonar os anteriores aposentos na parte conventual do Palácio, onde se havia instalado no início das obras. Enquanto os pisos superiores foram destinados a quartos de hóspedes, concretizou-se no piso térreo uma grande sala de banquetes, que desde logo se chamou “Sala dos Veados”. O Torreão serviu, na segunda fase de ocupação pela família real, com D. Carlos e D. Amélia, de alojamento para os príncipes D. Manuel II e D. Luís Filipe e seu séquito de aios e precetores.

  1. Manuel II utilizou a antecâmara, logo após o espaço do corredor, a partir do Salão Nobre, como sala de estudo e escritório, enquanto o segundo quarto, o maior e mais representativo – e o único que manteve a forma oval inicial destes aposentos – foi o quarto de dormir. Destas instalações faziam ainda parte um quarto do precetor e um quarto guarda-roupa.

Os trabalhos em causa não implicam a interrupção dos percursos de visita, de acordo com a política habitual de “Aberto para Obras” da Parques de Sintra, em que é permitido aos visitantes acompanharem o progresso das intervenções.

08
Jan16

Palácio Nacional da Pena: Gabinete da Rainha D. Amélia recuperado

olhar para o mundo

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Palácio Nacional da Pena: Gabinete da Rainha D. Amélia recuperado

 

- Recuperação celebra o 150º aniversário da Rainha D. Amélia

- Reconstituição de acordo com três épocas da história do Palácio

- Restaurados mobiliário e peças decorativas expostas

 


Sintra, 5 de janeiro de 2016 – A Parques de Sintra terminou a recuperação do Gabinete da Rainha D. Amélia, no Palácio Nacional da Pena, em dezembro, com um investimento de cerca de 35.000 euros, repartido por 4 anos. A recuperação está finalizada após um profundo trabalho de estudo, restauro e reorganização com vista à reconstituição possível dos interiores de acordo com a vivência do Palácio, com enfoque para o período de D. Fernando II, de forma a obter um equilíbrio entre os objetos e o contexto arquitetónico. O mobiliário e as peças decorativas expostas no local foram restaurados, assim como a pintura mural. O pavimento do espaço foi alvo de uma limpeza profunda, procedendo-se ainda à sua estabilização. Também as coberturas e os pavimentos foram reparados e foi renovada a instalação elétrica.

 

A reorganização do gabinete pretende ser uma síntese de três épocas determinantes para o Palácio Nacional da Pena: o período de habitação de D. Fernando II e da Condessa d’Edla, entre cerca de 1860 até 1890; o período de 1890 a 1910, que correspondeu à ocupação destes aposentos pela rainha D. Amélia; e por fim, o período da Primeira República, justificada pela pintura mural deste compartimento, datada de 1917.

 

A forma e dimensão do antigo Gabinete da Rainha D. Amélia resultam da adaptação do antigo convento manuelino de 1511, efetuada pelo rei D. Fernando II, a partir de 1839. O piso em questão apresentava 14 celas, conforme a planta publicada por José Teixeira em 1986. Aquando da transformação, a sala foi remodelada e dividida em tramos de abóbadas fingidas com nervuras, simulando uma construção em pedra, mas sendo efetivamente construída em estrutura de madeira rebocada.

 

A conceção da organização do interior do Gabinete da Rainha D. Amélia apresentou alguns desafios, relacionados com a necessidade de conjugação dos três períodos diferentes e com a ausência de algumas peças.

 

Por um lado, desconhece-se o paradeiro do mobiliário original que foi retirado após a morte de D. Fernando II. Por outro lado, o mobiliário do tempo da monarquia não se conjugava com a pintura mural, criada apenas em 1917. Assim, foi desenvolvido um projeto de interiores que conjuga opções de reintrodução de objetos históricos no compartimento, assim como de outros em substituição dos originais, ausentes.

 

Da reorganização do gabinete, destaca-se a recuperação da secretária com alçado da rainha, assim como as estantes de pau-santo e um contador hispano-árabe do século XIX que foi transferido para o Palácio Nacional de Sintra em 1939, e que regressa agora ao local original. O estirador da rainha, que não se encontrava neste local, mas que demonstra a atividade artística de D. Amélia, completa o conjunto.

 

A Condessa d’Edla é também personagem fundamental na história deste espaço e surge representada por diversos elementos que foram mantidos no gabinete pela rainha D. Amélia: uma mesa de torneados abertos e duas colunas torsas e a sua coleção de porcelana de Meissen.

 

Um dos dois armários entalhados que a Condessa d’Edla tinha nesta sala, recentemente adquirido, encontra-se agora em exposição, embora mais tarde, no tempo da rainha D. Amélia, não pertencesse a este espaço.

 

A representação do período da República está aqui, sobretudo, patente na pintura mural de Eugénio Cotrim, de 1917. Sabe-se que o presidente Sidónio Pais investiu no Palácio Nacional da Pena, que utilizou para promoção turística do país e com fins sociais, festejando ali o Dia da Criança.

 

A referida pintura mural foi alvo de uma intervenção de recuperação para a estabilização das superfícies, limpeza profunda dos resíduos de cola - utilizados numa outra intervenção de recobrimento das paredes com tecido -, preenchimento de fissuras e lacunas e ainda a reposição do esquema decorativo, ausente numa área significativa do teto.

 

Os trabalhos em causa não implicaram, em nenhum momento, a interrupção dos percursos de visita, de acordo com a política habitual de “Aberto para Obras” da Parques de Sintra, em que é permitido aos visitantes acompanharem o progresso das intervenções.

 

Funções do Gabinete da Rainha D. Amélia

 

O compartimento serviu diversas funções ao longo do período de ocupação doméstica do Palácio Nacional da Pena. Numa fatura da Casa Barbosa e Costa, de 1866, referente a aquisições de D. Fernando II, o gabinete aparece denominado como “Sala da Música”, enquanto que no inventário orfanológico de D. Fernando II (inventário dos bens que constituíam a herança do monarca, por altura do seu falecimento), elaborado 20 anos depois, lê-se a designação “Sala da Senhora Condessa”. A partir de 1890 as funções da sala alteram-se e passa a designar-se “Gabinete de Trabalho da Rainha Senhora D. Amélia”, designação que se manteve até meados da década de 1980, altura em que o compartimento ficou conhecido como “Sala de Estar da Família Real”, por vezes também informalmente denominado de “Sala Íntima”.

 

Além das diversas funções, o agora chamado de Gabinete da Rainha, foi também alvo de diversas configurações. Uma fotografia antiga de Carlos Relvas mostra-o com um revestimento de tecido, cobrindo paredes, abóbadas, nervuras, o fogão de sala e inclusivamente alguns móveis de assento. A fotografia de uma publicação de 1905 mostra-o como sala de estudo e desenho, com as paredes revestidas com tecido ou papel de padrões. Os objetos expostos – pratos, armas e até a secretária de D. Amélia – permitem reconhecer o gabinete da última rainha de Portugal, de acordo com os inventários de 1897, 1907 e 1910. A pintura mural atual foi efetuada em 1917 por Eugénio Cotrim, conforme a assinatura em cima à esquerda, na parede norte junto à porta de entrada. Desconhece-se o contexto da execução desta pintura mural, já em plena República e numa altura em que o Palácio já estava aberto ao público.

 

Segundo o Diretor do Palácio Nacional da Pena, Arquiteto António Nunes Pereira, “o Gabinete da Rainha D. Amélia apresenta-se assim como um testemunho das diferentes gerações que no Palácio deixaram a sua herança, mantendo, no entanto, como figura tutelar a rainha D. Amélia, cujo 150º aniversário se celebrou em 2015 e que ficou assinalado com esta recuperação”.

27
Abr15

Nova sinalética no Palácio Nacional da Pena

olhar para o mundo

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Nova sinalética no Palácio Nacional da Pena

 

- Melhoria de circulação e informação no local

- Investimento de cerca de 35.000 Euros

- Duração: 14 meses

- Preocupação ao nível das acessibilidades

 

Sintra, 27 de abril de 2015 – A Parques de Sintra procedeu à requalificação de toda a sinalética do Palácio Nacional da Pena, projeto que incluiu a substituição dos suportes, a revisão dos conteúdos e a implementação de novos elementos de apoio à visita. Este projeto envolveu um investimento de cerca de 35.000 Euros e foi desenvolvido ao longo de 14 meses.

 

Para além da sinalética dos percursos de visita (interior e exterior do Palácio), foi ainda substituída a sinalética da área comercial – loja, restaurante, cafetaria e respetiva esplanada – e adicionada sinalética com informação de direção. As baias de gestão de filas foram também substituídas na totalidade, passando a ser em corda, ganhando maior harmonia com a envolvente romântica do Palácio.

 

No interior, alguns nomes de salas foram alterados de acordo com os inventários históricos, anulando nomes fictícios como foi a Sala de Estar da Família Real, que na realidade era o Gabinete da Rainha D. Amélia. Menciona-se sempre as diferentes utilizações dos compartimentos ao longo dos tempos. No caso das salas que eram apenas identificadas pelo nome, foram acrescentados pequenos textos com informação sobre as mesmas. Por último, alguma da sinalética contém informação relativa aos melhores locais para tirar fotografias e às zonas que se encontram incluídas nos audioguias, bem como referências dos códigos QR da aplicação Talking Heritage, que fornecem mais informação sobre cada ponto de interesse.

 

Esta nova sinalética foi desenvolvida pela Parques de Sintra depois de vários protótipos de teste, até se encontrar a melhor solução, tendo como referência a legislação em vigor e as boas práticas no que diz respeito à acessibilidade e inteligibilidade (no âmbito do projeto “Parques de Sintra Acolhem Melhor”).

 

As melhorias na nova sinalética, no que respeita a inclusão, passam por um tipo de letra mais simples e maior – para pessoas com visibilidade reduzida - e pictogramas intuitivos. A sinalética (tanto a afixada em paredes como a que está em suportes) encontra-se agora a uma altura visível tanto por crianças como por pessoas em cadeiras de rodas.

 

Foi dada especial atenção ao desenho e à materialidade dos suportes, que se pretendiam elegantes e discretos, para não contrastar com os ambientes em que estão inseridos. Ao longo do circuito de visita, a referência ao Palácio Nacional da Pena é marcada pela cor de fundo da sinalética, que remete para a cor das fachadas da zona do Palácio onde o visitante se encontra, isto é, ocre se o visitante se encontrar na zona do Palácio Novo, rosa-velho se o visitante se encontrar no edifício do antigo Mosteiro de Nossa Senhora da Pena (também conhecido por Palácio Velho).

 

- fim -

 

Sobre a Parques de Sintra - Monte da Lua

 

A Parques de Sintra - Monte da Lua, S.A. (PSML) é uma empresa de capitais exclusivamente públicos, criada em 2000, no seguimento da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade. Não recorre ao Orçamento do Estado, pelo que a recuperação e manutenção do património que gere são asseguradas pelas receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos.

Em 2014, as áreas sob gestão da PSML (Parque e Palácio Nacional da Pena, Palácios Nacionais de Sintra e de Queluz, Chalet da Condessa d’Edla, Castelo dos Mouros, Palácio e Jardins de Monserrate, Convento dos Capuchos e Escola Portuguesa de Arte Equestre) receberam aproximadamente 1.928.000 visitas, cerca de 86% das quais por parte de estrangeiros. Recebeu, em 2013 e 2014, o World Travel Award para Melhor Empresa em Conservação.

São acionistas da PSML a Direção Geral do Tesouro e Finanças (que representa o Estado), o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra.

www.parquesdesintra.pt ou www.facebook.com/parquesdesintra

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