A direcção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu nesta terça-feira chumbar a proposta de alargamento da I Liga, aprovado pela assembleia geral da Liga de Clubes, considerando que não respeita os princípios da competição.
“A direcção da Federação Portuguesa de Futebol não pode concordar com as propostas da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, nos termos em que elas se apresentam. Por um lado, elas não respeitam os princípios da estabilidade e integridade das competições. Por outro lado, não asseguram cabalmente a integração do Boavista FC Futebol, SAD, na I Liga”, refere um comunicado da FPF.
Na AG extraordinária da LPFP de 6 de Abril, a proposta de alargar o campeonato principal a 18 clubes, recorrendo à disputa de uma “liguinha” para preencher a 18.ª vaga (o 17.º será o Boavista), a realizar no final da presente temporada, envolvendo os dois últimos classificados da I Liga e o terceiro e o quarto da II Liga, foi aprovada por maioria simples.
Esta decisão da FPF serviria para recolocar o Boavista na I Liga, após a decisão do conselho de justiça da FPF, que deu provimento ao recurso dos “axadrezados” à punição de descida de divisão, na sequência do caso Apito Dourado.
O chumbo à proposta da Liga de Clubes mereceu apenas um voto contra (depreende-se que do próprio presidente da Liga, Mário Figueiredo).
Da reunião da direcção da FPF saiu ainda um pedido à assembleia geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional para que aprove, até 30 de Junho deste ano, o regime de subidas e descidas a aplicar no final da época 2013-2014, de forma a que, na época desportiva seguinte (2014-2015), esteja concretizada a deliberação do conselho de justiça.
A direcção da FPF entende que só desta forma se garantem dois pressupostos essenciais: a estabilidade das competições e o conhecimento atempado das regras com que estas se iniciam e terminam.
Biopic já terá realizador e focar-se-á sobre os anos em que a então jovem advogada se debatia quanto à sua carreira e relação com Bill Clinton.
Entre os planos não realizados de filmes biográficos sobre Sam Peckinpah ou Marlon Brando, o biopic de uma política norte-americana vogava na lista dos argumentos com grande potencial que, em 2012, ficaram por concretizar. Agora, segundo o site de notícias de Hollywood Deadline, o guião de Rodham, sobre os primeiros anos de vida de Hillary Rodham Clinton, pode estar perto de avançar. Com realizador e estreia próxima da potencial candidatura da democrata às presidenciais de 2016.
De acordo com o Deadline, o argumento de Young Il Kim recua à década de 1970, quando Hillary Rodham Clinton estudava Direito e era cortejada pelo futuro Presidente dos EUA, Bill Clinton, depois de ter terminado um primeiro relacionamento com o político do Arkansas. Até agora parado, o projecto parece ter avançado ao ponto de ter assegurado um realizador – James Ponsoldt (Smashed, de 2012, e do iminente The Spectacular Now).
O filme terá como produtor a Temple Hill Entertainment (a produtora por trás dos filmes da saga juvenil Crepúsculo e da série de televisão Revenge, exibida em Portugal no canal Fox Life) e segundo a Black List de 2012, que compila todos os anos os guiões com potencial que ficaram na gaveta, o argumento situa-se temporalmente “no auge do escândalo Watergate”. É nessa altura que “a estrela em ascensão Hillary Rodham é a mais jovem advogada a ser escolhida para a Comissão Judicial da Câmara dos Representantes” para o impeachment de Richard Nixon, ao mesmo tempo que se debate com os sentimentos por Bill Clinton.
Segundo o Deadline, os produtores estão a tentar escolher a actriz que desempenhará o papel de Hillary antes de procurarem financiadores e um estúdio para albergar o projecto. O mesmo site diz que o filme poderá ficar pronto a estrear nas salas norte-americanas a tempo das primárias do Partido Democrata e do Partido Republicano em 2016, que antecedem as eleições e em que são escolhidos os candidatos de cada força política à Casa Branca.
Clinton foi senadora pelo Estado de Nova Iorque (2001-2009) e concorreu às primárias de 2008, mas foi batida pelo actual Presidente Barack Obama, que a escolheu para o cargo de Secretária de Estado dos EUA. Hillary Rodham Clinton, que foi primeira dama dos EUA entre 1993 e 2001, abandonou o cargo de Secretária de Estado em Fevereiro deste ano e é vista como umaforte candidata do Partido Democrata para as eleições de 2016, após dois mandatos do também democrata Barack Obama.
O Rei Lear marca o regresso da companhia aos palcos
Inglaterra-Japão-Portugal. Foi algures neste eixo que o Teatro Oficina (TO) encontrou o caminho a percorrer para a sua nova produção, O Rei Lear, de William Shakespeare. O espectáculo marca o regresso da companhia aos palcos, depois do ano intenso de 2012. Mais para o final do ano, a estrutura sediada em Guimarães volta à circulação nacional, de mãos dadas com a Mala Voadora. O espectáculo que abre o novo ano para o TO começou a tomar corpo no Japão, quando os actores Emílio Gomes e José Eduardo Silva e o director artístico, Marcos Barbosa, ali estiveram em Agosto, a trabalhar com sobreviventes do tsunami, a partir do texto de Shakespeare. Na cidade de Iwaki e tornou-se impossível contornar a forma como a vida das pessoas com quem se cruzaram mudou desde a catástrofe. A violência daquele momento vai reflectir-se nesta nova criação.
Mas haverá também um olhar português, sublinhando a leitura contemporânea sobre a grande tragédia de Shakespeare. O Rei Lear do TO parte de uma nova tradução, assinada por Fernando Villas-Boas e estreará no dia 17 de Maio, na Caixa Negra da fábrica ASA, em Guimarães, mantendo-se em cena até ao dia 26 desse mês.
O director Marcos Barbosa é o encenador do espectáculo, que junta em palco nove actores, a maioria dos quais fizeram parte da equipa que trabalhou mais de perto com a companhia vimaranense durante o ano passado. A opção por um clássico para começar o ano é também “a forma de colocar em cima do palco todo o trabalho efectuado em 2012”, justifica o responsável.
Depois do clássico, os contemporâneos. Em Julho, o TO apresenta Title and Deed, de Will Eno, monólogo interpretado por Jorge Andrade, da companhia Mala Voadora. Essa criação será o ponto de partida para uma colaboração mais intensa entre a companhia de Guimarães e a estrutura sediada em Lisboa, que este ano celebra dez anos. O TO será anfitrião da Mala Voadora até ao final do ano e os actores das duas estruturas juntam-se em palco em Setembro para a primeira montagem feita em Portugal de The Day Room, de Don Dellilo. É uma comédia negra com encenação de Jorge Andrade e chegará em Outubro ao espaço Negócio, em Lisboa. “É a altura de voltarmos a circular”, defende Marcos Barbosa, pondo fim a dois ano de trabalho “em casa” por força da Capital Europeia da Cultura.
A UNESCO terá escolhido o dia 29 de Abril para celebrar o Dia Mundial da Dança por ser o dia do nascimento de Jean-Georges Noverre (1727-1810), um mestre francês que inovou criando novos princípios relativamente à dança tendo como objectivo ultrapassar problemas relacionados com a sua execução.
Para Noverre, criador do bailado moderno, a dança deveria ser uma representação dançada, plena de expressividade, subtileza de movimentos, suavidade contrastando com a agressividae da execução.
Noverre deixou as suas idéias num conjunto de cartas sobre o bailado da sua época, “Letters sur la Danse”.
O Dia Internacional da Dança tem como objectivo alertar para a importância desta forma de arte como meio de comunicação, revelar a sua universalidade a sua capaciade de transpôr fronteiras, de aglutinar culturas e etnias e até políticas diferentes.
Sabe-se que embora parte integrante da cultura a Dança não é prioridade oficila de nenhum governo.
Em 2003, o professor Alkis Raftis, então presidente do Conselho Internacional de Dança, disse que "em mais da metade dos 200 países no mundo, a dança não aparece em textos legais (para melhor ou para pior). Não há fundos no orçamento do Estado para o apoio a este tipo de arte. Não há educação da dança, seja privada ou pública".
Mário Balotelli lança desafio curioso aos jogadores do Real Madrid.
Mais uma “balotellada” de...Mário Balotelli. O extremo italiano do AC Milan não crê o Real Madrid consiga eliminar o Borussia Dortmund, depois da derrota por 4-1 na Alemanha.
“Super Mário” está tão descrente nas possibilidades do Real Madrid que oferece a namorada aos jogadores merengues caso consigam a remontada.
«Se o Real Madrid recuperar e conseguir apurar-se para a final da Liga dos Campeões, deixarei que a minha noiva durma com todos os jogadores», escreveu o futebolista este sábado.
Uma provocação que agora Ronaldo, Mourinho e companhia terão de...responder. Os quatro golos de Lewandowski e a excelente exibição dos homens de Jurgen Klopp fazem Balotelli acreditar que o Real Madrid não será capaz de dar a volta ao 4-1 da primeira mão.
Gilda Mattoso recorda as figuras e episódios das suas relações de trabalho e de amizade com nomes da música brasileira
“Neste ano, por causa do centenário, eu voltei a ser a viúva do Vinícius [de Moraes, 1913-1980]”. Gilda Mattoso começa assim a comentar, para o Ípsilon, o lançamento em Portugal do seu livro de memórias, Assessora de Encrenca (Ediouro, Rio de Janeiro). E fá-lo “com muito orgulho”, mesmo se salienta que a sua carreira de assessora de comunicação (e empresária) lhe granjeou estatuto suficiente para ser conhecida pelo seu nome próprio.
Gilda Mattoso passou na semana passada por Portugal – no regresso de uma digressão com Gilberto Gil por vários países árabes – para acompanhar a apresentação, em Lisboa e no Porto, de um livro que já saiu no Brasil em 2006, mas cujo conteúdo não perde actualidade: nele recorda as figuras, e episódios das suas relações de trabalho (e de amizade) com os principais nomes da música brasileira.
Vinícius, primeiro que todos: “Tenho muito orgulho em ter sido mulher dele”, diz da relação que manteve com este fundador da Bossa Nova. Começou a trabalhar com Vinícius como assessora, tornou-se depois sua companheira nos dois últimos anos da vida do poeta e compositor. “Foi a pessoa mais generosa que conheci, em primeiro lugar nos afectos, sempre com uma grande disponibilidade para o outro”, diz Gilda. Como criador, e principalmente no início da sua carreira, “contava-me ele, era muito angustiado com as questões metafísicas do mundo”. “E manteve sempre o pavor da morte”, acrescenta a viúva do compositor de Canção de nós dois, recitando mesmo uma frase dele sobre o tema: “A morte, quando ela virá me buscar, como uma velha amante, sem saber que é a minha mais nova namorada...”
Além de Vinícius, Tom Jobim e Cateno Veloso são as duas figuras mais citadas neste livro de memórias e histórias, onde, no entanto, Gilda faz questão de nunca ultrapassar a fronteira da intimidade e da privacidade a que os seus amigos têm direito. “Eu não sou o mordomo da Lady Di”, respondeu a autora a um jornalista brasileiro. Repetiu-o agora ao Ípsilon, dizendo saber “perfeitamente o que pode ou não pode ser contado” – por causa disso, nota, “muitos jornalistas brasileiros ficaram frustrados com Assessora de Encrenca”.
O que podemos, então, saber de Jobim e Caetano? “Tom Jobim é, talvez, a pessoa mais inteligente que conheci na vida. Uma inteligência muito subtil e delicada. Mas era um homem a quem o sucesso incomodava”, responde Gilda, lembrando que o autor de Garota de Ipanema tinha medo de andar de avião, e que era sempre muito difícil conseguir que ele se dispusesse a viajar para fazer concertos. “Até para vir a Portugal foi uma luta”, diz a então sua empresária, a recordar o (único) concerto que Tom Jobim veio fazer a Lisboa, em Setembro de 1992, dois anos antes de morrer.
“Caetano é muito mimado. Foi criado com muitas mulheres: mãe, irmãs, primas, tias – ele era o quindin das tias... Mas sempre chamou a atenção pela inteligência, e gostava de cantar desde pequeno. Ainda hoje em dia é muito distraído, e mal sabe amarrar um sapato...”
Sobre o título Assessora de Encrenca, a autora explica que ele regista um comentário da sua filha quando era ainda criança e lhe confidenciou que, quando crescesse, quereria ser “igual a você, mamãe, assessora de ‘encrenca’ (tentando dizer imprensa)”. “Então eu pensei: ‘A minha filha é uma génia’; é que ‘encrenca’ é a minha verdadeira profissão”, diz Gilda, entre risos.
No Porto, o livro foi apresentado na sede do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto pelo seu presidente, Manuel de Novaes Cabral. Foi um momento de relançamento de Assessora de Encrenca, que – admite a autora – poderá vir a ter uma edição expressamente em português, e entretanto está a ser traduzido em italiano, para uma edição neste país, que cada vez mais se vem rendendo à música brasileira.
Os podólatras, indivíduos que têm fetiche pelos pés, retiram prazer sexual desta parte do corpo de inúmeras formas. Os pés são encarados como um objeto de satisfação sexual capaz de proporcionar prazer, uma vez que são ricos em terminações nervosas.
Aqui vão algumas dicas para potenciar ao máximo esta parte do corpo:
1 - Usar óleos de massagens nas trocas de carícias, estimulando sensorialmente a planta ou o peito do pé
2 – Beijar e chupar cada um dos dedos do pé
3 –Brincar com as temperaturas. Usar gelo ou gelado e causar arrepios nos pés e depois aquecê-los imediatamente com as mãos
4 - Fazer cócegas e deslizar os pés sob o corpo do outro
5 – Usar o dedo grande para estimular
Há, no entanto, casos mais extremos deste fetiche, em que se aprecia mesmo o odor de pés femininos sem asseio.
Uma bandeira de Portugal gigante a preto e branco. Foi este símbolo, pensado por Paulo Mendes e colocado a meia haste no Edifício Axa, junto à Câmara Municipal do Porto no dia 25 de Abril, que indignou os próprios programadores daquele espaço que deram o dito pelo não dito, convidando o artista plástico a retirar a instalação.
"A 'Portuguesa Monochrome', hasteada a meia haste na Avenida dos Aliados no Porto. Contra o vento e contra certas vozes de ordens superiores. Sobre estas, a história continua dentro de minutos...", escreveu Paulo Mendes na sua página de Facebook perante as primeiras pressões da Porto Lazer e dos responsáveis do projecto 1.ª Avenida. Numa primeira instância, o artista, segundo apurou o P3, ter-se-á recusado a retirar a bandeira (parte de uma instalação que também incluía seis vídeos), alegando censura sobre a obra.
A Porto Lazer, contactada pelo P3, confirmou que a bandeira esteve hasteada e foi recolhida, argumentando desta forma: "A exposição exigia determinadas condições de produção que não estavam devidamente asseguradas".
Durante o feriado, a bandeira manteve-se hasteada e foi fotografada pelas pessoas que passeavam pela Avenida dos Aliados. Manteve-se contra a vontade dos responsáveis por este projecto cultural da cidade do Porto que no dia seguinte voltaram à carga. Paulo Mendes, convidado a participar com a instalação "Portuguesa Monochrome", resistiu ao braço de ferro até ao dia 26.
"... a história continuou e hoje, 26 de Abril, retirei a minha instalação, que não vai poder inaugurar em conjunto com as outras exposições no projecto 1ª Avenida", escreveu no seu mural. Segundo foi possível apurar, o artista terá retirado a totalidade do seu trabalho sob pena de prejudicar os trabalhos dos restantes artistas instalados no piso 3 do edifício que seria encerrado no caso de o projecto da bandeira não "cair".
Recorde-se que uma bandeira semelhante foi roubada da exposição "Sem Título", de Paulo Mendes para o Laboratório das Artes em Guimarães, que decorreu entre os meses de Fevereiro e Março.
Paulo Mendes explicava assim a sua proposta: "Micro histórias de uma macro história política, de utopias interrompidas, entre a incoerência e a demagogia, de uma classe política irresponsável e impune, o país move-se entre a vulgaridade da sua decadência e as histórias menores dos seus protagonistas anónimos. Um país nostalgicamente sem memória, sem projecto de futuro, que procura um rumo, uma nova narrativa para o seu futuro, mais uma vez adiado. A realidade é um facto ruidoso com consequências dissonantes".
Influenciado por Visconti e Tarantino para o guião do filme baseado no seu romance, sente que o ciclo da fatwa está a fechar-se. E está a escrever uma série de ficção científica para a TV.
O livro em que se tornou escritor, diz Salman Rushdie, é agora a experiência cinematográfica que “fecha o ciclo” de anos passados entre a fama e o esconderijo sob uma fatwa. Os Filhos da Meia-Noite está a estrear-se mundo fora, mas Rushdie já dá sinais de que Joseph Anton, a sua mais recente encarnação literária que na verdade são as suas memórias, possa também saltar para as salas de cinema.
Rushdie encontra-se nas rondas promocionais do filme Os Filhos da Meia-Noite, mas já tem os olhos postos no futuro. Gostaria de ver Joseph Anton, as suas memórias editadas em 2012 intituladas com o nome que usava com pseudónimo durante os anos de risco em que temia ser assassinado, adaptado também ao cinema. Existe já interesse de uma produtora britânica, mas Rushdie nada mais adianta por não haver ainda um acordo assinado. Está “optimista”, disse à AFP em Los Angeles.
E tem mais ideias: gostava também de ver nas salas os seus livros infantisHarun e o mar de histórias (D. Quixote) e Luka and the Fire of Life (2010). Contudo, adaptar Os Versículos Satânicos está longe das suas aspirações. “Devo dizer que ninguém se acotovela para comprar os direitos.”
Os Filhos da Meia-Noite é uma alegoria romântica sobre o nascimento da Índia, reflectindo também sobre as origens das tensões religiosas entre hindus e muçulmanos, entre Índia e Paquistão, no subcontinente. Realizado por Deepa Mehta e já estreado em vários países – e sem data de estreia em Portugal -, é a primeira experiência de Rushdie como co-argumentista numa longa-metragem baseada na sua própria obra. Houve tentativas de filmar O chão que ela pisa (editado em Portugal pelo Círculo de Leitores) e o escritor assinou outros argumentos, mas nada se concretizou.
O filme, que também é narrado por Rushdie, conta a história de dois rapazes nascidos na mesma data, 15 de Agosto de 1947, dia da independência da Índia, trocados à nascença.
Os Filhos da Meia-Noite foi editado em 1981 (em Portugal tem a primeira edição em 1989, pelo Círculo de Leitores) e lançou a carreira do escritor, premiado pela obra com o conceituado Booker – e o fez sentir-se “verdadeiramente um escritor”, como disse ao Huffington Post - para depois a lançar numa fama negra pela condenação à morte em 1989 com a fatwa doayatollah Ruhollah Khomeini a propósito de Os Versículos Satânicos.
Desde 1998, quando a fatwa foi levantada, que diz ter uma vida “mais agradável”, como explicou à agência AFP. Nascido na Índia e com nacionalidade britânica, viveu desde 1998 alguns momentos conturbados – um dos quais na rodagem de Os Filhos da Meia-Noite. Quando decorria a rodagem no Sri Lanka, “houve um soluço”, como descreveu o escritor à revistaonline Salon. “O Governo iraniano, por alguma razão, telefonou ao embaixador do Sri Lanka em Teerão e um funcionário no Ministério dos Negócios Estrangeiros do Sri Lanka revogou a nossa licença de filmagem a meio da rodagem. Felizmente, só durou dois dias.” O Presidente singalês repôs a ordem no set, mas Rushdie confessou-se “perplexo” pelo sucedido e só quando estava em Nova Iorque, no voo para regressar ao Canadá, já com as últimas bobines na sua posse, acreditou que o filme lhes pertencia. “Foi como o final de Argo.”
As filmagens passaram também pela Índia, onde as autoridades proibiram que rodassem em Kolkata, por exemplo. Mais um factor de stress, que enquadra nas “derrapagens ocasionais” que o “mergulham no passado”, algo que ainda o surpreende.
Rushdie recorda como a ideia de Os Filhos da Meia-Noite partiu do realizador e seu co-argumentista, Deepa Mehta, e que chegou a pensar ter um papel no filme. “Mas na altura de filmar, disse a mim mesmo que isso desviaria a atenção que seria artificial”, disse em Los Angeles à AFP. Não se sente, portanto, como Tarantino, realizador que por vezes arrisca na interpretação, que admira e em cujo trabalho se inspirou para escrever uma das cenas de tortura no seu romance. Mais precisamente, pensou em Reservoir Dogsquando se debatia com a cena em causa, e a epifania chegou com o filme de Quentin Tarantino e com a necessidade “de a escrever como uma comédia”.
Tarantino não é o único cineasta a pairar sobre Os Filhos da Meia-Noite. À Rolling Stone, Rushdie tinha já confessado a influência de O Leopardo, de Visconti, mas também de Ugetsu, de Kenji Mizoguchi, tanto na acção épica quanto no realismo mágico.
O futuro, com ou sem Joseph Anton no cinema, passará pela televisão. O canal por subscrição norte-americano Showtime (Californication, Dexter) pediu a Rushdie para escrever a série de ficção científica Next People, que aguarda luz verde para avançar. Entretanto, o escritor vai vendo a série Guerra dos Tronos, na qual se confessa “totalmente viciado”.
As fotografias premiadas no concurso World Press Photo de 2012, entre elas uma captada por um português, vão estar em exposição a partir de 02 de Maio no Museu da Electricidade, em Lisboa, revelou hoje fonte da entidade.
Contactado pela agência Lusa, o gabinete de comunicação da Fundação EDP, que gere o museu, indicou que a exposição inaugura às 19:00 de 02 de Maio, e estará patente ao público entre 03 e 26 de Maio.
Para esta edição os membros do júri do World Press Photo avaliaram 103.481 fotografias, submetidas por 5.666 fotógrafos de 124 nacionalidades.
O júri deste concurso internacional de fotojornalismo - conhecido pelas imagens de grande impacto - anunciou em Fevereiro deste ano os vencedores de 2013, relativos a fotografias do ano anterior.
O primeiro prémio desta edição do concurso foi atribuído a uma fotografia de um grupo de homens a transportar os cadáveres de duas crianças mortas num ataque aéreo israelita em Gaza, captada pelo sueco Paul Hansen.
Colaborador do jornal sueco Dagens Nyheter, o fotógrafo estava na altura no cortejo fúnebre da menina de dois anos Suhaib Hijazi e do seu irmão de três, Muhammad, numa rua da cidade de Gaza. O pai das crianças também foi morto no ataque, enquanto a mãe ficou nos cuidados intensivos.
Os fotógrafos da AFP Fabio Bucciarelli, Itália, e Javier Manzano, dos EUA, ficaram em segundo e terceiro lugar da mesma categoria, respectivamente, com uma série de fotografias tiradas na cidade síria de Alepo.
O fotógrafo português Daniel Rodrigues, 25 anos, foi distinguido com o primeiro prémio na categoria Vida Quotidiana do World Press Photo com uma imagem de jovens a jogar futebol num campo de terra na Guiné-Bissau.
Quando os prémios foram anunciados, contactado pela Lusa, Daniel Rodrigues indicou que a fotografia que lhe valeu um prémio no valor de 1.500 euros, foi tirada em Março do ano passado, mas nunca foi publicada em nenhum jornal ou revista, porque "ninguém quis" comprar o trabalho.
Daniel Rodrigues, enquanto acompanhava uma missão humanitária na Guiné-Bissau, aproveitou para tirar um conjunto de fotografias de futebol. Foi com uma selecção dessas imagens que concorreu ao World Press Photo de 2013.
Em 2012, a exposição da World Press Photo no Museu da Electricidade foi vista 33.076 pessoas, segundo os números da entidade.