NA ACERT : "O Último Voo da Tartaruga" teatro/dança
O Último Voo da Tartaruga
Projecto Ruínas
Teatro/Dança
Duração: 60 minutos
Classificação: M/16
Um espetáculo experimental e performático na procura do papel do teatro contemporâneo na sua relação com a sociedade.
Um salão de dança.
Um homem e uma mulher tentam dançar.
Tentam também entender-se. Tentam ainda apaixonar-se. Tentam sonhar um com o outro. Em desespero, abraçam-se e calam-se.
A inspiração para este espetáculo veio da morte de uma tartaruga gigante nas ilhas Galápagos, o solitário George, que durante anos foi o último representante da sua sub-espécie e que apesar das tentativas inglórias dos tratadores para que acasalasse com duas fêmeas de uma espécie aparentada, acabou por morrer sem descendência.
Esta história, serve de mote à coreografia dos dois personagens, à parte tangível do espetáculo, à energia e tensão dos corpos. O jogo de cena é um ritual de acasalamento mais ou menos explícito e adaptado com toques de absurdo à fisicalidade dos atores. Em cima desta coreografia, mais ou menos repetitiva, mais ou menos ritualizada, aparece o discurso, baseado na contemporaneidade, nas agruras da solidão, no quotidiano, nas memórias, na neurose do ego, no desejo no sentido lato.
Este discurso, como que um diálogo encriptado, entra em contraste com o desenho dos corpos, no sentido em que aquilo que os personagens dizem contraria o que aparentemente desejam. Um jogo de sedução interpretado por dois personagens desajeitados, dissociados do corpo, condenando-os à solidão. E tal como na história do solitário George, em que os ovos produzidos pelo acasalamento não vingaram, também este homem e esta mulher estão condenados a não se cruzarem.
Ficha Técnica
Texto
Francisco Campos
Interpretação
Francisco Campos, Catarina Caetano
Espaço Cénico
Nuno Borda d’Água
Desenho Luz
Nuno Patinho
Apoio à criação
Sara Graça
Design Gráfico
Miguel Rocha
Produção
Carla Pomares
Co-produção: Projecto Ruínas | O Espaço do Tempo