Teatro - Marco Horácio apresenta soluções para a crise
Marco Horácio apresenta soluções para a crise
Depois das apresentações no Teatro da Trindade, onde estreou, e da passagem por Portimão o humorista apresentou as suas soluções para a crise no Teatro Académico de Gil Vicente em Coimbra. Entre as gargalhadas constantes do público, num país em crise, durante 75 minutos, o humorista mostrou como aplicar o conceito low cost a vários aspetos da sua vida.
Cumprindo o quarto de hora académico da praxe coimbrã, logo para começo de espetáculo o público foi avisado, em voz off, que o artista estava atrasado. Sem mais demoras, Arménio Carlos, contabilista e um verdadeiro Intruso, sobe ao palco em ação de protesto. Enquanto protesta pelo referido atraso, aproveita e vai também dando algumas dicas para sobreviver a esta crise.
Logo em início de conversa a personagem de Marco Horácio fala-nos da sua teoria de sobre quem vale ou não a pena processar. Por exemplo: “A igreja católica vale a pena processar, tem muito dinheiro (…) continua é a ser mal aproveitado”.
No que diz respeito a profissões, segundo Arménio Carlos, neste momento a melhor é a de sem-abrigo. Não sentem a crise, o aumento do gás, da água, do IMI; no geral não sente o aumento de nada. Talvez sintam o aumento do desemprego, pelo número cada vez maior de desempregados nas arcadas. Por outro lado, também não sentem a descida dos salários, dos subsídios, das pensões,… Em resumo, ser sem abrigo é a profissão com maior saída nesta crise!
Arménio Carlos é casado com Célia Maria e é o quanto basta para perceber que as mulheres não estão preparadas para a crise. “Cada batizado um vestido, cada casamento um vestido; toca a gastar dinheiro em vestidos e mais vestidos, até ficarem pobrezinhos”.
Com o humor como nota dominante, Arménio Carlos continuou a desfiar maneiras de ajudar os portugueses a olharem a crise de frente. Até os estrábicos! Mostrou pequenos truques para fazer face à falta de dinheiro, à falta de perspetivas e à falta de noção de quem usa t-shirts de alças.
Nesta peça, Marco Horácio demonstrou como o low-cost pode ser aplicado nas mais pequenas e variadas coisas do quotidiano. Desde a namorada low-cost que “se for “miupi” não lê legendas no cinema nem o menu dos restaurantes; só aí já se poupou mais de €4” ou uma namora anorética que “basta dizer que está mais gorda, que fica quinze dias sem sair de casa”, aos sogros low-cost, nada parece impossível aos olhos deste gentil – homem e benfeitor comediante.
Por responder fica a questão: “Porque é que os políticos nos pediram para apertar o cinto, se agora nos pedem para baixar as calças?”
"O Intruso", é um espetáculo de humor, música, sapateado e até tem alguns passes de magia. Aliás, Arménio Carlos tem uma amizade mágica com Luís de Matos (que estava presente na sala do TAGV). Sempre que o mágico o vê a chegar… desaparece!
Para o encenar, Marco Horácio convidou Sónia Aragão, uma das encenadoras de eleição daquele que considera o seu mestre de palco: António Feio. O texto foi escrito a quatro mãos por Frederico Pombares, Henrique Dias, Roberto Pereira e pelo próprio Marco Horácio. A sonoplastia ficou a cargo de Luís Ramos e de Jorge Pina enquanto o desenho de luz é da responsabilidade da Lamp On.
Depois de Coimbra a peça será apresentada dia 01 de Novembro no Teatro José Lúcio da Silva em Leiria, Centro de Artes e Espetáculos em Portalegre a 08 de Novembro, Teatro Aveirense a 23 de Novembro e para 2014 já está agendada uma representação no Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra a 28 de Março.
Por momentos Marco Horácio , com o humor a que já nos habituou, ajudou a esquecer que estamos em crise
Retirado do HardMúsica