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As Coisas da Cultura

Porque há sempre muito para ver e para contar

Porque há sempre muito para ver e para contar

As Coisas da Cultura

30
Jan14

Praxes "Nós pagamos o passaporte para a morte dos nossos filhos"

olhar para o mundo

Nós pagamos o passaporte para a morte dos nossos filhos

Há 12 anos, Maria Macedo passava por uma dor semelhante àquela que os pais dos seis estudantes que morreram na praia do Meco estarão a sentir. O seu filho, Diogo, de 22 anos, perdeu a vida depois de uma noite de praxes na Tuna da Universidade Lusíada, em Famalicão. Ao Diário de Notícias esta mãe, que continua de luto, diz não ter ainda desistido de encontrar os culpados para tão trágico desfecho.

“É um reviver de um filme que passa todos os dias pela minha cabeça”. Assim descreve Maria Macedo, em entrevista ao Diário de Notícias, a forma como tem acompanhado a tragédia do Meco. Afinal, há 12 anos passava sensivelmente pela mesma devastadora experiência dos pais dos seis alunos que morreram no passado mês de dezembro. O seu filho Diogo, de 22 anos, perdeu a vida após uma noite de praxes na Tuna da Universidade Lusíada, em Famalicão.

Naquele dia de outubro, de 2001, Diogo até já estava de pijama, em casa, quando recebeu um telefonema que lhe traçaria o destino. Acabou por sair. “Só vou à tuna resolver a minha vida”, justificou, então, aos pais. Estas viriam a ser as últimas palavras que lhes haveria de dirigir.

 

Maria Macedo conta ao Diário de Notícias que também naquela altura se ergueu um muro de silêncio sobre o sucedido.

 

Aos pais dos estudantes que morreram no Meco, que considera ser ainda muito cedo para terem acordado face à realidade que os circunda e circundará daqui para a frente, esta mãe deixa o conselho: “Lutem para que se faça justiça. Responsabilizem a faculdade”. Porém, reconhece, “não será fácil. Até porque vê-se que a faculdade está a cozinhar com os alunos. O mesmo que me fizeram a mim. Exatamente igual”.

 

E, desabafa: “Nós, pais, pagámos o passaporte para a morte dos nossos filhos. Nós andamos anos a pagar o passaporte para a morte dos nossos filhos. Eles [instituições de ensino superior] só veem números, não veem a parte humana”.

 

Para Maria, que assegura, nunca desistirá de descobrir a verdade, não há duvidas. As praxes são “um crime público”, havendo, contudo, “uma falta de vontade política para resolver isto. Porque há muitos interesses”.

 

retirado de Notícias Ao Minuto

15
Jan14

Lição de beleza da "mulher mais feia do mundo"

olhar para o mundo

Lizzie Velasquez, a mulher coragem

Lizzie Velasquez, a mulher coragem

"O que vos define? O vosso passado? A vossa família? Os vossos amigos?". As palavras daquela que chegou a ser cruelmente apelidada de "mulher mais feia do mundo" correram as redes sociais na última semana e tornaram-se num exemplo de lição de vida. Para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ouvir a história de Lizzie Velasquez, aqui fica um bocadinho sobre esta verdadeira mulher de coragem extraordinária.

 

A primeira vez que Lizzie se sentiu diferente foi no primeiro dia de escola. Os meninos tinham medo de brincar com ela porque era uma criança "diferente". Tantas vezes alvo de bullying no seu percurso esoclar, fez da resiliência uma das suas maiores respostas às agruras da vida. Principalmente quando em plena adolescência descobriu um vídeo no Youtube com fotos suas, onde era insultada de forma violenta e apelidada de "a mulher mais feia do mundo". A tristeza, raiva e zanga foram transformados em motor de arranque para uma coragem sem fim. E Lizzie é hoje uma jovem mulher de sucesso.

 

Enquanto mulheres dos quatro cantos do mundo desgastam a sua saúde em dietas loucas em prol da ditadura da beleza das estrelas de cinema e da moda, Lizzie luta precisamente para aumentar o seu peso. "Pouco se sabe sobre a minha síndrome. Há apenas mais duas pessoas no mundo com o mesmo problema e basicamente o que sei é que eu não consigo ganhar peso. Sim, soa tão bem quanto isto!", explicou com um sentido de humor, no mínimo, inspirador durante a sua participação na TEDx de Austin, nos Estados Unidos.

Tem apenas 29kg mas é um peso pesado enquanto fonte de inspiração


Lizzie nunca conseguiu passar dos 30kg, por mais que chegue a comer mais de 50 refeições por dia, sem limites para açúcares, gorduras e hidratos. Mede 1,57m, tem 24 anos e pesa actualmente 29kg. Com a doença perdeu a visão de um olho, mas o olhar positivo que tem para a vida, esse nada até agora lhe conseguiu tirar. Até porque, embora à nascença lhe tenham dado a sentença de um futuro em que andar ou falar seriam tarefas impossíveis, Lizzie terminou a faculdade em comunicação, já publicou livros e é atualmente oradora motivacional.

 

Estas histórias de esperança dão-me sempre que pensar. E o apelo de Lizzie para que cada pessoa se foque mais em si mesma e opte por gastar a sua energia de forma positiva, em vez de se afundar na raiva provocada por aquilo que os outros dizem de si, chega a ser tocante. Não me canso de repetir: a beleza não está só no aspecto exterior. Pode parecer uma frase batida ou um senso comum para inglês ver, mas a verdade é mesmo essa. Há beleza em todas as pessoas. Mais do que num rosto ao estilo de Hollywood, a beleza encontra-se em muitas outras coisas. Eu diria que começa na atitude com que cada um encara a vida.

 

Lembro-me de há muito tempo ter escrito aqui sobre uma mulher indiana cuja sensualidade me tinha marcado. Não porque tivesse um corpo escultural, mas porque um simples soltar de cabelo feito às escondidas da rígida sociedade em que vivia lhe conferia uma beleza e sensualidade extraordinárias. Alguns dos leitores do blogue disseram na altura que "uma gorda enrolada nuns trapos" não tinha nada de sexy e que até "um estrunfe" era mais sexy do que a doce Margana, que tanto me tinha tocado pela sua atitude. Comentários que, diria eu, estão ao mesmo nível dos miúdos que um dia decidiram achincalhar Lizzie em praça pública.

 

Esta frivolidade - vinda de adultos - quanto o tema é a beleza não deverá mudar assim tão cedo. Mas discursos como o de Lizzie Velasquez podem ajudar a quebrar o gelo. Já dizia Simone de Beauvoir: "A beleza ainda é mais difícil de contar do que a felicidade". Mas não podemos ser pequeninos quando a tentamos contar.


Assista à apresentação de Lizzie Velasquez:



Paula Cosme Pinto

Retirado do A Vida de Saltos Altos

09
Dez13

A dificuldade de ter um pipi

olhar para o mundo

Não é preciso ir buscar a velha e gasta conversa do papel preponderante que o homem sempre teve na história. Se o teve foi porque o deixaram e se deixaram se calhar é porque elas estavam cansadas de serem elas a fazer tudo e passaram a bola a outro. As que restaram, foram todas queimadas na fogueira.

 

Passado este episódio da história, e o dos sistemas matriarcais também, isto de ser-se mulher e de explicar esta "energia" feminina não é fácil. Não é mesmo.

 

Essa coisa de que elas são complicadas e que nunca se sabe como é que se há-de lidar com elas é mesmo verdade. Ser mulher é uma experiência maravilhosa, é tudo e bom. A roupa é muito mais gira do que a dos homens, há mais acessórios e pode-se ter filhos dentro da barriga e tudo. Assim num nível mesmo de gaja, ser mulher é isto. É bom. Eu falava mesmo era de ser mulher, mas de ser mulher assim lá mais dentro. Essa coisa de se sentir mulher de dentro para fora. De ter uma série de coisas que nem a própria sabe explicar, (sem ser o "período" que está para chegar, sim?!) e sem se saber explicar, "tem" que se agir, falar e ter uma vida que não se sente sem se poder explicar porque ninguém vai perceber... São poucos os que sabem, porque são poucos, também, os que conseguem ver o mesmo que se sente sem ter que se explicar. E às vezes explicar tudo o que não se saber explicar... Gaita!

 

É difícil porquê?

 

Para algumas mulheres, ter que apaziguar a efervescência de uma energia que nem sempre controlam é de facto muito complicado. É o mesmo que levar um tigre selvagem para uma tenda de circo e estar à espera que ao estalar do chicote ele saiba que tem que rebolar para o lado, e para que lado. É estar em pleno Chiado à hora de ponta e sentir o vento na cara, os cabelos soltos, as passadas largas e lobos a correm-lhe ao lado. É ter toda a sabedoria ancestral de todos os antepassados a correrem também dentro delas. As avós, as tetravós, as bisavós e essas avós todas do mundo ali presentes, a nascer, a parir, a morrer e voltar a nascer a parir e a morrer em minutos enquanto de leva uma vida.

 

E então?

 

E então estas são mulheres que revelam uma confiança que não é construída, nem instruída. É uma confiança e uma força de origem. Da origem da terra, da mãe, da avó, da tia, das mulheres todas que viveram antes dela, condensadas nelas só. E enquanto correm, com o vento e com os lobos, não sabem se o coração que ouvem é o seu, se dos lobos, dos seus antepassados ou da Terra. Sim, o coração da Terra que trazem mesmo debaixo dos pés. Dessa Terra que lhes grita para serem sempre bravas e fortes, doces e meigas, guerreiras e pacificadoras, amantes, mães, rameiras, amigas, fortes, frágeis, singelas e arrebatadoras. Dessa que todos os dias lhes pede que nasçam, procriem, gerem, morram e o façam de novo mais uma vez e outra. Todos os dias. E às vezes só a Terra as faz parar, quando as chama ao chão de tanto dançarem.

 

Aquela que se esquecer que transporta consigo todos estes corações, arrisca-se a deixar secar o seu. Enquanto isso, eu...

 

Eu desbravei uma tijela de marmelada caseira.

 

Marta Ramalho



Retirado de A Vida de Saltos Altos

23
Nov13

O amor está a mudar?

olhar para o mundo

O amor está a mudar?

O amor é uma forma poderosa de estimular as nossas vidas, mas a sua ausência pode motivar diferentes estados de espírito como a tristeza e a depressão. Por isso é importante que haja humildade, diálogo e entendimento e se conheça bem o perfil do seu amado, só assim uma relação terá sucesso. Faça a sua autoavaliação e perceba qual o seu estilo de amar.

 

O amor é um sentimento multifocal. é, segundo a psicologia, uma confluência de paixão, intimidade e união. Está ligado a numerosas emoções e influencia os comportamentos. O amor, ele próprio, combina-se com sentimentos de fundo como a excitação, o bem-estar, o entusiasmo e a harmonia.

 

O amor influencia também o estado do nosso Eu (nas suas dimensões espiritual, psíquica e física) e pode contribuir para o enriquecimento da autoestima. o que quer dizer que, na ausência do sentimento do amor, ou na sua falta de correspondência, o nosso psiquismo pode falhar, sofrer ruturas e provocar sentimentos de frustração, desânimo, tristeza e depressão.

 

O ser humano está predisposto geneticamente para amar e ser amado porque é um animal profundamente social, envolvido em múltiplas redes de relações (familiares, comunitárias, laborais, etc.). Os sentimentos têm servido ao homem para o influenciar na sua perceção de si e do mundo e levá-lo a agir no e sobre o mundo. O amor, em particular, é um estimulante poderoso (motivador) da ação. Já a falta de amor conduz à inação.

 

O desenvolvimento da capacidade de amar depende de fatores históricos, culturais e familiares. O amor, hoje, é diferente do que era em épocas passadas. por exemplo, no período do Romantismo (final do século XVIII e grande parte do século XIX) o amor estava associado à paixão - um sentimento intenso, contemplativo e subversivo. Ele era sentido como emancipador mesmo que trágico, como na história de Romeu e Julieta.

 

Atualmente, o amor é mais dominado pela racionalidade. O amor já não provoca escravidão como antes da época do Romantismo. O sofrimento é mais limitado nas suas consequências e, não amar para toda a vida já não constitui um drama para a maioria das pessoas. O amor romântico, por exemplo, ainda que procurado por muitas pessoas, não passa agora de um mito. «A paixão de hoje é mercadoria de consumo. Não tem nada a ver com o destino, com os riscos, com o enfrentamento» - escreveu Renato Ribeiro, professor titular de ética e filosofia política.

 

O amor em tempos de divórcios


As transformações sociais modificaram um pouco a forma como o amor é percebido, sentido e gerido. O modo de amar depende muito das aprendizagens sociais nos primeiros anos de vida. Num mundo em que aumentam os divórcios entre casais, os filhos ficam menos preparados para relacionamentos amorosos duradouros.


Por outro lado, nas escolas, ensina-se mais sobre as relações sexuais do que sobre as relações amorosas. Os jovens sabem mais sobre sexo do que sobre amor. E isto influência o seu comportamento no mundo.

 

Como é que o ser humano ama?


Data dos anos 70 o primeiro estudo sobre os diferentes estilos de amor. As conclusões do sociólogo John Alan Lee, ainda hoje são consideradas válidas. Homens e mulheres podem amar-se de forma diferente e não complementar. As pesquisas mostram que os relacionamentos amorosos entre eles assentam em estilos diferentes e que essa não complementaridade pode explicar o fracasso de muitas ligações sentimentais. A falta de recompensa mútua devido às diferenças de estilo pode pôr em risco uma relação, criando conflitos frequentes e, finalmente, rupturas.

 

A forma como uma pessoa ama o seu parceiro depende de muitos fatores: personalidade, autoconceito, cultura, educação, etc. Dessa confluência resulta um estilo preferencial de amar. Alguns são compatíveis com o estilo do parceiro. Outros não.

 

O sucesso da relação vai depender de como os dois amantes forem capazes de superar as lacunas e as diferenças. O egoísmo pode ser, porém, um fator impeditivo de uma relação bem-sucedida se ambos não abdicarem das suas exigências e posturas.

 

O amor bem sucedido depende também da humildade e da franqueza. Conversar sobre as diferenças e as expetativas de cada um em relação ao outro pode facilitar o sentimento.

 

Retirado do Sapo Mulher

04
Jul13

Um em cada quatro portugueses conhece uma vítima de bullying

olhar para o mundo

Um em cada quatro portugueses conhece uma vítima de bullying

Só 17% das pessoas reconhecem o conceito de stalking. Mas quase todos sabem o que é bullying MIGUEL MANSO

Sondagem é hoje apresentada. Dados mostram que é preciso criminalizarbullying e stalking, diz APAV

 

Alguém lhe envia todos os dias bilhetes ou flores - a mesma pessoa que está sempre a encontrar "por coincidência" nos locais que costuma frequentar, que lhe envia repetidamente emails, que andou a recolher informação sobre si e que você suspeita que é a que lhe telefona às tantas da noite mas não diz nada. Isto é stalking. E significa, no essencial, assédio persistente. A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apresenta hoje os resultados de uma sondagem feita pela Intercampus sobre stalkingcyberstalkingbullying ecyberbullying. Mais de um quarto dos inquiridos dizem que conhecem alguém que já foi vítima de algum destes fenómenos e 5% assumem-se, eles próprios, como vítimas.

 

A associação não tem dúvidas de que o problema será mais frequente do que parece. Isto porque a maioria da população (mais de 80%) não conhece o significado de stalking, ao contrário do que se passa com o bullying, ainda que quase sempre reconheça os comportamentos que lhe estão associados. Para além disso, as 1014 entrevistas conduzidas foram presenciais - e as pessoas nem sempre assumem, junto de um entrevistador, o que se passa na sua intimidade, diz Daniel Cotrim, assessor técnico da direcção da APAV.

 

Muitas das atitudes e comportamentos associados ao stalking e ao bullyingestão tipificados como crime (a agressão física, por exemplo), mas outros não - "Experimente ir à polícia dizer que alguém lhe manda todos os dias rosas caras. Dizem-lhe, provavelmente, que não podem fazer nada até que essa pessoa lhe dê uma estalada. E, no entanto, isso está a ter um impacto terrível na sua vida", diz Daniel Cotrim. Esta é uma das razões que levam a APAV a pedir que stalkingcyberstalkingbullying cyberbullying sejam considerados crime.

 

É ainda necessária uma prevenção mais eficaz deste tipo de vitimação "e a promoção de um apoio mais qualificado e efectivo às vítimas deste tipo de situações".

 

O bullying é o fenómeno mais referenciado (por 88% das pessoas que se dizem vítimas ou que conhecem vítimas). A maior parte dos inquiridos reporta insultos, ameaças ou intimidações e agressões. E na maioria das vezes tudo acontece em ambiente de escola (em 55% dos casos os agressores são colegas de escola). Mas não só. Em algumas situações (13%) é um vizinho, em 10%, um desconhecido... Mas o bullying, garante Cotrim, também acontece frequentemente no local de trabalho.

 

Outra das perguntas feitas foi: "Com que frequência ocorre a situação?" Em 41% dos casos a resposta foi "diariamente", sendo que 53% das situações referidas duraram até um ano.

 

No stalking a violência mais relatada é a psicológica (ameaças, por exemplo), no cyberstalking a colocação de comentários indesejados em blogues e/ou redes sociais. No bullying o mais comum é o insulto e a intimidação e nocyberbullying as injúrias e a importunação. As vítimas procuraram apoio (57%), sobretudo, junto de familiares.

 

Comportamentos do stalker


Muito frequentes: recolher ou reunir informações sobre a vítima; enviar bilhetes e SMS; observar/perseguir, fazer esperas; espalhar rumores

 

Presentes em metade das situações: danificar bens pessoais da vítima; ameaçar (directamente ou de forma implícita ou simbólica); deixar flores/animais mortos ou outras coisas obscenas em casa ou no carro da vítima

 

Em 25% das situações: agredir fisicamente a vítima; violar ou tentar violar a vítima;

 

Em menos de 2% das situações: matar ou tentar matar a vítima.

 

Retirado do Público

23
Mai13

Os meus pais não são gays

olhar para o mundo

Os meus pais não são Gays

Uma criança só quer amor. Não lhes interessa se é de um homem ou uma mulher. O importante é mesmo ser amado. É ter alguém que lhes oriente para a vida

Para começar devo deixar bem claro que sou um indivíduo instável emocionalmente. Algo que, verdade seja dita, não deve estranhar a quem lê os meus artigos. Além disso defendo coisas incrivelmente absurdas como a liberalização das drogas, do aborto ou da adopção de crianças por quem quer que seja independentemente das suas orientações sexuais.

 

Tenho amigos homossexuais. Pior, e como se ainda isso não bastasse — como portuense —, sou um apaixonado pelo Sport Lisboa e Benfica (já agora os parabéns à malta do Futebol Clube do Porto por mais um campeonato). Ou seja, tenho sérios problemas ao nível do foro psicológico.

 

A culpa, essa, é dos meus pais. Eles são, segundo os muitos psiquiatras e psicólogos que tenho consultado, a causa para todos os meus distúrbios mentais. Tudo porque são heterossexuais.

 

Como vocês também eu fiquei confuso. Vou tentar explicar de forma simples o porquê.

 

Pelos vistos o facto de, até à fase adulta, a minha mãe me ter dado demasiado carinho — abraços constantes, beijos e elogios à minha pessoa (físicos e intelectuais) — era visto por mim como uma espécie de “sedução”. Achava eu, na confusão dos meus pensamentos, que ela tinha segundas intenções. Coitado de mim…

 

Depois era a cena com o meu pai. Muitas actividades físicas (agricultura e desporto) com suor à mistura. Gajos em tronco nu a despejarem água pelo corpo… Mas o verdadeiro pânico era quando ele entrava na casa-de-banho como a vida o trouxe ao mundo. Felizmente nunca foi homem de muitos abraços. O que me deixava mais aliviado. Agora penso de outra forma…

 

Para concluir, a resposta de um psiquiatra de renome internacional: “Pá, Jorge, se tivesses sido criado por um casal de gays eras uma pessoa perfeitamente normal (quero dizer gajos e gajas)”. E eu: “Ora então porquê?”. E diz-me ele: “Não é óbvio? Eles e elas já o fazem uns com os outros. Não têm dúvidas. E sabem que se forem demasiado afectuosos com uma criança o mundo lhes cai em cima. Logo controlam as suas emoções (não o deveriam fazer). Ou seja, nunca terias estes problemas. Não te parece lógico?”.

 

Não. Claro que não. Até me soa a pura estupidez.

 

E agora falando a sério. Uma criança só quer amor. Não lhes interessa se é de um homem ou uma mulher. O importante é mesmo ser amado. É ter alguém que lhes oriente para a vida. Que os faça perceber qual a diferença entre bem e mal. Que os ensine a ser uma boa pessoa. A respeitar os outros. A ser íntegro. A amar. A ser correcto. Os meus pais fizeram isso. Mas se ambos fossem homem ou mulher fariam o mesmo. Não tenho dúvidas disso.

 

O que realmente importa é o amor que se dá e a educação. É o criar as condições para que uma criança cresça saudável e feliz. A parte da sexualidade só vem depois. E é sempre detalhe.

 

Eu não sei qual é a história de pessoas como a Isabel Pegado, a Maria Teresa Alves e muitos outros da mesma corrente ideológica. Mas incomoda-me a opinião desta gente. Tanto mais quando estão sempre a falar dos países do Norte da Europa como um exemplo a seguir em termos democráticos, económicos e sociais. Mas será que eles alguma vez pensaram que aqui se copula livremente, aborta e se é LGBT sem problema? Que se tem filhos ou se adoptam crianças independentemente do género? Ou só algumas coisas dos ditos países “desenvolvidos” é que interessam?

 

Ou são eles, como algumas pessoas que conheço, defensores daquele ditado do “olha para o que digo e não para o que faço?”. Pessoas, essas, que votaram contra a Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez apesar de terem filhas e filhos que realmente abortaram. Tudo, diziam eles, porque era escolha dos miúdos e não a “nossa convicção”. Mas pagaram e o resto é treta.

 

Resumindo: hipocrisia. Mas é disso que o nosso Portugal social ainda vive. Ainda estamos muito presos à moralidade do antigo regime. Uma pena.

 

A terminar duas questões para quem tem dúvidas sobre escolhas sexuais: os gays nascem de onde? São todos filhos de homossexuais?

 

Retirado do P3

18
Mai13

Estímulos - Aumente a sua libido

olhar para o mundo

Aumente a sua libido

Combata os inimigos do desejo sexual num plano de sete dias

 

A rotina, a chegada dos filhos, o trabalho, os problemas de dinheiro e os imprevistos podem desligar o botão do desejo.

 

Até a intimidade pode ser uma verdadeira armadilha para a libido.

 

Quando há um excesso de confiança, há o risco do outro passar a ser um dado adquirido e de o casal deixar de investir na relação.

 

A sexóloga Vânia Beliz propõe um plano de sete dias que a vai ajudar a recuperar o desejo e a vontade de voltar a desfrutar do sexo em toda a sua plenitude:

 

 

Dia 1: Reflita 


Identifique os problemas e possíveis soluções. Explore as suas zonas de prazer. Conheça-se para depois indicar o caminho.

 

Dia 2: Transforme-se 


Reveja o seu guarda-roupa, a lingerie, faça a depilação, maquilhe-se… Imagine-se irresistível. Se estiver em sintonia com o seu corpo vai estar mais disponível.

 

Dia 3: Fantasie 


Arranje tempo para pensar sobre sexo. Pense numa fantasia, imagine uma posição… depois mostre ao seu parceiro o que descobriu.

 

Dia 4: Brinque 


Reserve um momento do dia para brincar sozinha ou a dois. Use as suas mãos ou um brinquedo (só para si ou que possa ser partilhado).

 

Dia 5: Namore 


Tire o dia ou reserve parte dele para um programa especial. Não se esqueça que um dia já foi assim. Porquê deixar arrefecer a chama?

 

Dia 6: Surpreenda


Surpreenda o seu companheiro com um convite ousado e concretize-o. Se esperar pelo dia certo, nunca vai acontecer…

 

Dia 7: Entregue-se 


Liberte todos os seus desejos mais íntimos, diga exatamente o que quer e como gosta, tome a iniciativa… Reclame o seu prazer!

 

Retirado do Sapo Mulher

11
Mai13

Depressão e sexo

olhar para o mundo

Depressão e sexo

O impacto da doença na diminuição do desejo e no afastamento do casal

 

A depressão é uma doença muito mais comum do que à partida se poderia pensar, afetando uma em cada cinco pessoas ao longo da sua vida.

 

Portugal é o país da Europa com maior taxa de doentes com depressão e, apesar de ser um dos países com maior consumo de antidepressivos, aproximadamente um terço das pessoas com perturbações mentais continua sem tratamento.

 

A depressão caracteriza-se por sentimentos de cansaço, falta de esperança, baixa auto-estima, insónia e dor física. As consequências da depressão podem evidenciar-se em vários campos, nomeadamente na vida pessoal, sexual e profissional. A falta de tratamento desta doença pode ter consequências graves e levar em última instância ao suicídio.

 

Relação entre os problemas sexuais e a depressão


Ao afetar vários aspetos da vida quotidiana, a depressão também afeta a vida amorosa e a vida sexual. A sensação de não conseguir levar uma rotina normal, causa muitas vezes o distanciamento entre parceiros, levando a pessoa com depressão a sentir-se pouco desejada ou amada.

 

Estudos demonstram que duas em cada três pessoas afectadas pela depressão perdem o interesse pelo sexo, sendo este um resultado de desequilíbrios químicos no cérebro, que podem ser acompanhados por falta de energia, ganho de peso de perturbações do sono.

 

Por outro lado, a falta de desejo sexual pode ser uma consequência de tratamentos antidepressivos, pelo que é importante avaliar o impacto destes medicamentos na vida sexual de cada paciente, de forma a proceder a alterações na terapêutica, se for caso disso.

 

As principais consequências da depressão na vida sexual incluem:

 

Nos homens, a falta de motivação e o cansaço podem ser associados à falta de libido e a problemas de ereção.

 

Nas mulheres, a falta de actividade cerebral tende a ser associada ao baixo interesse pelo sexo e muito frequentemente à dificuldade em atingir o orgasmo.

 

O cérebro é um órgão altamente sensível, sendo neste órgão que a estimulação sexual começa. A depressão influencia os neurotransmissores responsáveis pelo desejo sexual, causando desequilíbrios na resposta ao estímulo sexual.

 

Como se podem tratar os problemas sexuais e a depressão?


Tratar a depressão é sempre o primeiro passo, uma vez que à medida que esta condição é curada, o desejo sexual é recuperado. Existem formas de contornar os efeitos secundários dos medicamentos antidepressivos na sua vida sexual, sem comprometer o tratamento. Discutir este assunto com o seu médico é fundamental, uma vida sexual saudável é importante para o bem-estar pessoal e pode ajudar a encarar a depressão de forma mais positiva.

 

A maioria das pessoas com depressão pode notar melhorias quando adopta uma rotina de exercício físico, tal como desporto ou dança, pelo que se a falta de vontade sexual, não lhe permite uma vida sexual normal, comece por outras actividades com o(a) sua/seu parceiro(a), de forma a manter uma relação próxima entre o casal. A depressão ou o seu tratamento podem não ser, no entanto, a única causa dos seus problemas sexuais.

 

Outros problemas de saúde como a diabetes, a esclerose múltipla e a tensão arterial, podem influenciar a sua vida sexual. O tratamento com anti-epiléticos, anti-hipertensores ou antidislipidémicos, também pode causar perturbações, bem como o consumo de álcool, canábis, opiáceos e anfetaminas. Falar abertamente com o(a) seu/sua parceiro(a) e o seu médico sobre os seus problemas sexuais é o principal passo para a sua resolução e para uma vida sexual saudável.

 

Retirado do Sapo Múlher

05
Mai13

AS 10 PIORES MANIAS MASCULINAS

olhar para o mundo

 

Não se irrite ignore As 10 piores manias masculinas

 

As manias masculinas que mais nos irritam, será que é a natureza? Foto/© Sandra Hoever/Corbis

 

Nós amamos os homens, mas em certas ocasiões e com certas manias, eles nos irritam, sim! E acredite, eles não fazem isso por mal, é da péssima e esquecida natureza deles. Pelo menos, é o que dizem por aí, mas melhor do que se descabelar e passar horas pensando: por que ele é assim? Melhor é ignorar.

 

Pois, como todas nós sabemos, isso não mudará. Afinal de contas você também deve ter as suasmanias, que atire a primeira pedra quem não tem. O que muda de homens para mulheres, é que quando a gente percebe que está fazendo algo errado, tenta mudar, já eles...!

 

Mas enfim, vamos à nossa lista das coisas maisirritantes que os homens fazem segundo nossa redação e aquelas que já compartilhamos com as amigas:

 

1 - Status monossilábico- Depois de falarmos muito, e explicarmos determinado problema do relacionamento, ou algo que queremos, ou estamos simplesmente nos declarando, eles apenas dizem, "sim", ou "não", ou apenas sorriem.

 

2 - Quando pulam as preliminares na hora do sexo, ou fazem rápido demais. Não dá, né?

 

3 - Não entendem que mulher precisa de um tempo para se arrumar: não dá pegar a primeira camiseta amarrotada no armário, ou colocar aquele tênis imundo que ele insiste em adorar.

 

4 - Esquecer que carinho não se faz somente quando ele quer sexo. Um abraço e um beijo demorado são bons de vez em quando, para variar.

 

5 - Uma calma inexplicável diante de nosso pânico quando a gente vê uma barata. Eles dizem: "não entendo porque você tem ficar histérica desse jeito?".

 

6 - Quando ele esquece que saiu da casa da mãe dele e deixa tudo bagunçado, por semanas. E se você não arrumar, vai ficar assim, para sempre.

 

7 - A toalha molhada na cama: um clássico com direito a remake - todo dia.

 

8 - Desleixo com a aparência, isso é duro de engolir. Unhas cortadas, barba cuidada, seja ela grande, rente, ou bundinha de nenê, precisa estar perfumada, e roupas, minimamente combinando. Será que é pedir muito? Parece que sim.

 

9 - Impossível ele dizer que te ama ou algo romântico espontaneamente, mesmo depois de assistirem a um filme romântico, e mesmo que te ame.

10 - Você gastou horas, escolhendo aquela lingerie de matar e na hora H o gato nem sequer olhou tamanha era a vontade de tirar. Pode isso? Um elogio antes e uma olhada de 15 segundos resolveria esse problema.

 

Mesmo assim, gostamos desse espécime e muito, né?

 

Retirado de Vila Mulher

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